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domingo, 30 de setembro de 2012

Leituras e releituras





Estive estudando sobre sexualidade sob o ponto de vista bíblico. Descobri algumas conceitos interessantes que estimulam a questionar certos padrões morais com explicação histórica contextualizada, mas sem valor para os dias de hoje. O texto bíblico é muito mais amplo e plural do que determinadas leituras castradoras e direcionadoras de uma tradição maquiada de moral.
"Não existe, na verdade, outro nu além daquele que se percebe nu. E grande é o paradoxo humano no qual não há humano que seja digno sem uma boa noção de si como nu e não há nada mai assustador à dignidade humana que do que se perceber nu. ...O ser humano se fez o mais vestido e o mais nu dos animais!" (Nilton Bonder em alma imoral)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Marrentinha... papo de adolescente



Faço trimestralmente ilustrações para revista Vida Cristã. Desta vez ilustrei a seção PAPO DE ADOLESCENTE que mostra como alguns adolescentes teimam em alguns relacionamentos que já sabem que não vai dar certo. É claro que tem gente que também age assim mesmo sem estar nessa faixa etária.
Fiz a ilustração toda com vetor sem utilizar os traços de contorno. Até que gostei...

Então tá!



Sofro de esclerodermia, lupus, sindrome de sjogren e sei lá quantas doenças chamadas autoimunes.
Não é este o caso. A questão é que mensalmente tenho uma rotina de ir pegar remédio na Riofarmes (medicamento doado pelo governo para doenças desse tipo e outras mazelas que são muito caros), vejo cada figura digna de emoções muito fortes e traços muito expressivos. Já pensei em separar um sketchbook só para essas visitas à farmácia. (kkkk).
Não posso deixar de mencionar Rubem Alves e a expressão pra lá de agradável que soa como bordão quando eu falo, escrevo ou penso em minha doença:
"ostra feliz não faz pérola". Então tá!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sempre ele? Martin Luther King Jr


É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver
Martin Luther King

Na prisão... no metrô...





O metrô é um convite ao rabisco, ao desenho. Cada figura, posição, movimento tão interessante que dá vontade de brincar de 'estátua' com os passageiros. É muito divertido captar, num traço, em pequenos minutos a graça desse instante. Acabei de chegar de um visita ao presídio Bangu 8 - Presídio feminino. Fui convidado (que honra!) a ilustrar a sala de leitura e a sala de cultos. Duas celas transformadas em espaço de vida. Mas, que lugar opressor! Como, saí me perguntando, como um ser humano chega a este nível?
Tive, durante minha estada lá, contato com a diretora daquela ala prisional, uma jovem senhora completamente diferente de qualquer esteriótipo que você pode imaginar. Jovem, bonita, elegante, educadíssima e cheia de sonhos. Conversamos pouco mais de dez minutos e fiquei encantado. Fiz tantas perguntas... quantas mulheres estão aqui? Como a senhora consegue viver nesse meio? Por que aulas de pintura, dia da beleza, sala de leitura, sala de cultos, etc? |Meu Deus, que aula de vida! A diretora foi falando de seus sonhos, de gente que continua sendo gente mesmo naquelas condições, de gente que não se sente gente e tantas coisa de vida e de morte.
Cheguei no escritório, peguei meu sketchbook sem nenhum risco sobre o que vivi nesta manhã. Folheei o sketch e vi esses riscos de gente no metrô. Sabe lá o que é poder andar de metrô?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Gotas de cor 5

A persistência é o menor caminho do êxito.
Charles Chaplin

Vi o retrato do Chaplin na revista Aventuras da História, lembrei da pintura em aquarela que o mestre Celso Mathias fez do Jimi Hendrix, e resolvi usar a mesma escala cromática, ou algo semelhante.http://celsomathia5.wix.com/portifolio#!pintura-tradicional Intense blueIvory BlackUltramarineDioxazine Violet

Gotas de cor - 4 - Relendo os mestres

Sou passional. Movido pela paixão mesmo. A gente cresce e aprende que precisa encontrar equilíbrio entre paixão e razão mas, será que elas estão tão distantes?
Quem disse que sentimento tem idade? Se o amor é eterno, se amo a arte por que me limitar a idade que carrego?
"O verdadeiro amor lança fora todo medo", já afirmava o apóstolo João.

A gente começa a estudar desenho copiando, não é mesmo? Muitos aspirantes a artista ficam sentados, com cavalete e tudo, diante de pinturas famosas tentando reproduzir a grande arte. Ao copiar os grandes mestres, nós os aspirantes, aprendemos tateando o caminho já percorrido.
Resolvi assumir o amadorismo e percorrer esse caminho. Selecionei aquarelas inspiradoras e estou tentando reproduzi-las nos intervalos de minhas próprias composições. Como diz o grande poeta Rubem Alves, "Em matéria de amor, somos todos amadores".




Toda minha admiração e homenagem a ilustradora de livros infantis Cris Eich. Sua cor, desenhos e expressividade me encantam. Imprimi desenhos de seu blog e tentei captar a emoção.




Sem palavras



Já disse, algumas vezes, que viajar de ônibus tem sido muito saudável para mim. Não tenho que aturar os intensos engarrafamentos e o stress natural de dirigir na Taquara, aproveito o tempo para ler e ainda posso desenhar livremente, enquanto o tempo de viagem corre. Nesta semana, além desta deliciosa rotina, fiz contato com Iago. Foi assim:
Estava sentado na cadeira boa para desenhar - em outro post vou falar sobre isso - Iago e sua mãe, uma jovem senhora com cara sofrida, entraram no coletivo e 'estacionaram' próximos a mim. Não dava pra disfarçar, ficar desenhando ou lendo como quem diz, procura outro lugar. Pronto. Parei a leitura e cedi o lugar. Aí, com a maior boa vontade a senhora pediu minha nada leve, nada limpa, mochila. Não aceitei a simpática oferta. Seria mais uma tortura para ela ficar com o menino no colo, a bolsa gigante que ela levava e ainda a minha mochila. Outra senhora, que era minha parceira de banco, nem aí para tudo isso.
Me acomodei no espaço que havia do vão dos cadeirantes e, nesta mesma viagem, fiz a 'molecagem' de fotografar a estudante, que compartilhei num post anterior a este. Quando percebi, o menino sentado no colo de sua mãe, que dormia profundamente, me observava em toda a ação, registrando cada detalhe.
O ônibus foi esvaziando e, quando me sentei, comecei a desenhar a menina que havia fotografado com meu celular, enquanto eu estava em pé. E o menino olhava, observava tudo com extrema atenção. Ele me olhava com aqueles olhos de 'gato de botas', aí então, decidi encarar o menino, que naquele momento não olhava para mim. O Iago estava com o olhar perdido no horizonte. A mãe, quando acordou percebeu que eu estava próximo e danou a falar. Agradeceu novamente a gentiliza, contou um bocado de mazela e perguntou se eu sabia onde era o Hospital do Andaraí. Sem parar para respirar indagou se eu poderia indicar o local ideal para ela descer perto do Hospital, se estava atrapalhando, e blá, blá, blá. Num desses blá, blá, blá é que ela falou o  nome do menino, que não estava nem aí para as 'profundas' questões da mãe dele. Calei. Quase por um milagre a dona dirigiu-se à outra passageira que topou papear e eu pude voltar à rotina. Mas como ignorar o olhar perdido daquele menino indo ao hospital? E aí vem a serra! Quando, do nada,  a mãe abraçou carinhosamente o menino, ele apontou para mim sem dizer palavra alguma. Mostrei o desenho e a dona fez a maior propaganda no coletivo: Olha Iago ele desenhou você! O senhor é desenhista? Olha filho que lindo, não é? Eu e o menino ficamos com cara de paisagem. Graças a Deus não demorou muito e o ponto para Hospital do Andaraí chegou. A mãe, com olhar menos sofrido do que quando entrara, agradeceu efusivamente antes dos dois descerem. Lá, fora do ônibus, o menino Iago sorriu e acenou para mim. Foi delicioso ver o sorriso dele e pensar que arranquei essa expressão sem falar nada com ele.
Como você pode observar usei a página dupla do sketch.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

No ônibus 601

A cada viagem de ônibus da Taquara para Tijuca (601) aprendo um pouco mais lendo o "livro da vez" e ainda exercito um pouco o desenho rabiscando as páginas do meu sketchbook.


O interessante desta página/desenho foi 'roubar' a expressão da aluna voltando do colégio. Desta vez eu estava em pé. É. Não aguentei ver a mãe com o filho engessado e cedi o lugar. Foi assim que fotografei 'disfarçadamente' a menina que, ao ouvir o som peculiar de foto no celular, olhou. O que eu fiz? Fácil. Com a maior cara de pau, apontei o celular para a paisagem da Grajaú-Jacarepaguá e tirei mais duas fotos.
Depois que a menina desceu, olhei a foto e ali mesmo fiz este rabisco.
O balanço do ônibus me obriga a perder a linha arrumadinha, confesso que isso tem me agradado muito.
Esta viagem foi cheia de histórias. Na próxima postagem conto o risco e a história do menino a quem eu cedi o lugar.

Brincadeira de criança - Gotas de cor - 3


A aquarela é uma técnica de pintura que trabalha com pigmento diluído em água. Quer uma forma de pintar mais infantil? A luminosidade, a mancha insinuando a forma dá um toque de mistério, de magia quase impressionista. Será que foi por isso que os historiadores dizem ser o inglês William Turner o pai do impressionismo? Esse "nogento" expôs, pela primeira vez, em 1791 aos 16 anos. É claro que os críticos disseram que sua arte era nada mais do que manchas sem sentido. Curioso é que o grande Baudelaire, é ele mesmo, o grande Charles Baudelaire, poeta francês, foi um dos críticos que se apresentaram em defesa do grande Turner.

Enquanto isso, em terras tupiniquins, executo mais um exercício. 
Neste caso, brinquei como criança usando sal de cozinha sobre a pintura do fundo ainda molhada,
para criar essa textura.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Gotas de cor - 2

Os uso da aquarela começa a ser registrada, no ocidente, com Taddeo Gaddi, discípulo de Giotto. Ele viveu até 1366, e teria produzido uma série de desenhos aquarelados, feitos sobre papel tipo pergaminho.



Mas é, sem dúvida, o gravurista Albrech Dürer quem começa a marcar a História da Arte com suas aquarelas. Ele criou uma série de aquarelas de paisagem com motivos de Nuremberg ou motivos de estações com sua primeira visita à Itália. Isso ocorreu por volta de 1500, logo após o seu casamento.



O grande gramado aquarela, (1503), Albertina, de Viena


É intimidador postar meus exercícios depois de ver as aquarelas de Gaddi e Dürer mas eles fazem parte da grande História da Arte, especialmente da aquarela e eu, bem eu estou estudando e construindo a minha história.

sábado, 1 de setembro de 2012

Gotas de cor - 1

Sou um curioso. Gosto de perguntar, pensar, tentar conexões entre conceitos, histórias...
Já compartilhei aqui que estou engatinhando nessa técnica de aquarela. Sempre me fascinou muito a luminosidade, a leveza, a mágica cromática que essas tintas emanam quando aplicadas sobre o papel. Grande frustração é tentar reproduzir essa magia e ver as cores pálidas, sujas, opacas. Pois então, como sou curioso, não me basta 'apenas' sair pintando, quero saber a origem, pelo menos, um mínimo de história.
Vou tentar exercitar a técnica e desvendar a história da aquarela nessa retranca - GOTAS DE COR Não posso esquecer que escrevo prioritariamente para colocar a cabeça em ordem, para manter a lucidez e refletir de forma sistematizada. É claro que postar é arriscar que alguém leia.


A História da aquarela se confunde com a história do papel e dos pincéis e, exatamente por isso, seus registros mais arcaicos estão na China a mais de 2000 anos. Existem também provas de emprego desta técnica, no mundo Ocidental, desde a Idade Média. É possível ver exemplos desse tipo de pintura em vários países da Europa como a Inglaterra, França e Itália.
A aquarela era considerada fútil, desnecessária e muito feminina mas, preciso estudar um pouco mais sobre isso.

estudo de cor - lamparina

Veja no link abaixo um grande artista do Ocidente