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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

No Espeto Carioca - Méier


Não parece. foi ontem mesmo. Convenci minha esposa e saímos de casa para comemorar o aniversário de uma amiga pensando em bater papo, jogar conversa fora, rir à toa, descontrair. Encaramos eu, ela e meu filho, um engarrafamento desagradabilíssimo. Eu quietinho aturando o trânsito e alimentando a esperança de atingir meu objetivo não revelado. Percebi que as coisas começavam a melhorar quando, bem perto do restaurante encontrei  uma vaga sendo liberada para o nosso carro. Mas, quando chegamos ao local, muito simpático na ambientação, encontramos um barulho (diziam que era música ao vivo) danado e quase não conseguimos cumprimentar os amigos presentes à comemoração. Me percebi um velho chato. Galera bonita, animada em toda volta do restaurante apinhado de gente. Percebi que não daria para mudar as coisas. Precisava deixar, ou pelo menos tentar deixar de lado, o sentimento ranzinza e procurar interagir. O QUE? NÃO ENTENDI. COMO É QUE É? HÃ?! Aí me percebi bicudo, sendo transformado num chato intolerável. É horrível senti-se má companhia para si mesmo! A única coisa que entendi, em meio aquela gritaria, foi que cada um deveria fazer o controle de seu consumo. O atendente simpático gritando perto dos meus ouvidos disse que o controle do restaurante era feito por mesas. Para registrar este controle era necessário ter caneta para anotar - pelo menos ha algum tempo atras era assim. Consegui uma caneta. Fiz as primeiras anotações no verso do saquinho de papel que trazia os talheres. Pronto. Meus problemas acabaram. A vida é mesmo cheia de surpresas. Com papel e caneta em mãos, mesmo sem poder conversar, o restaurante ficou ótimo de uma hora para outra. Ri, zoei, desopilei geral! Rabisquei quem estava ao alcance do olhar. Quase virei para desenhar o cara que brigava com o violão e agredia o microfone mas meu sistema de defesa não permitiu. Aplaudi muito quando ele parou de tocar. 'E aí o senhor gostou?' Perguntou o garçom que esticava o olho, para na realidade, observar os desenhos. Não, só estou aplaudindo porque ele parou. (kkk) Respondi.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Sketchbook é fofoca do traço.

Tempo é presente. Deveria ser tratado como tal. Já pensou o que é jogar um presente no lixo?
Era exatamente assim que me sentia numa cadeira aguardando para ser atendido, ou num engarrafamento observando a mesmo paisagem, ou mesmo sentado folheando revistas diante de um podólogo.
Já faz tempo que nego a me sentir torno escravo dos outros me sentindo caixa vazia.
A primeira opção foi levar um livro comigo. Livro faz a gente decolar daquele marasmo. Quando  penso em leitura vem logo à mente o inesquecível período da graduação. Sair do bairro em que estudava e ir para casa era um viagem. Não gastava menos de duas horas sentado num ônibus. Foi neste período que me 'viciei' em ler no transporte coletivo. Aprendi a escolher o lugar para sentar. Minha leitura preferida são livros que estimulam à reflexão e, por isso, não poucas vezes me surpreendia com o olhar perdido, vagueando num infinito surreal.
Desde que comecei a utilizar o sketchbook a 'coisa mudou'. Algumas vezes, quando me sinto mais à vontade, abro o livro e deixo o sketch pronto para anotação, o rabisco. Outras vezes me transformo no fofoqueiro do traço. Olho, reproduzo, exagero, invento, me divirto.
O último sketchbook que montei está anexado ao caderno para anotações da pós graduação.Acabei de montar um com os trapos de folha que não jogo fora (acho que estou ficando envelhecente). Sketchbook é bom para alma e derrota a angústia do tempo perdido.Não saio mais de casa sem ele.
Gosto tanto desse traço sem correção, sem borracha, sem compromisso que começo a pensar em levar isso como um estudo mais sério.