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quarta-feira, 29 de junho de 2016

A caminhada se faz com o pé na estrada e cabeça no lugar - Aquarela

Destaquei estes dois momentos de exercícios para mostrar, por experiência própria, que quem deseja se 'aventurar' no mundo da pintura não pode ficar apenas com a informação teórica. É imperativo praticar. Sei que toda teoria é fruto de uma prática. A prática catalogada, e aceita como realidade, vira teoria. E daí? Daí que é exatamente por isso que a mina prática deve ser construída com o diálogo entre a teoria clássica (experiencia de quem já experimentou) e o exercício. Percebo também que algumas afirmações podem encontrar, maior ou menor resistência, por conta dos vícios adquiridos. No meu caso, não poucas vezes, usei as cores a partir de paletas pre-determinadas pela impressão gráfica. Depois que concluí o quarto execício, decidi me exercitar, neste primeiro momento, reproduzindo aquarelas e não fotografias. Fiz isso porque percebi que existe um abismo entre tentar reproduzir uma aquarela e uma fotografia.



 Aprender a olhar também é um exercício.
Aquarelas, como as que apresentei acima, são interpretações. Reproduzi-las é tentar 'desvendar' o caminho do artista. Tenho consciência de que a fotografia deve ser usada como referência. Sei também que uma pintura não é uma cópia do real, mas um olhar sobre a realidade. Também já entendo que o próprio enquadramento fotográfico é um 'recorte' da realidade e que o ideal é o Plein Air., mas isso é um caminhada. Os exercícios que apresento abaixo, que foram os primeiros, tentei reproduzir fotografias mas a falta de domínio técnico, fez com que as figuras ficassem 'duras' e as manchas do fundo sem emoção.




Além disso tudo, foi catalogando as imagens que percebi, que o exercício deve ser transformado em prazer. Cumprir uma 'tarefa' sem enfrentar os desafios que a técnica exige é desvalorizar a vida.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Reflexão sobre disciplina e exercícios

Poucas vezes me perguntei porque o exercício físico é bom para o corpo mas lembro muito bem, que fiz isso inúmeras vezes diante dos 'famigerados' exercícios matemáticos, que naturalmente a gente faz na escola. Para mim é muito claro que isso ocorreu porque não gosto, nem um pouco, de matemática. Interessante é gostar do exercício físico mas não ser seduzido pelo ambiente de uma 'academia'.
O que chamamos de 'academia', curiosamente estava ligado à reuniões filosóficas num jardim. Assim reuniões de grupos específicos carregam o rótulo de academia. A academia que não me atrai é a academia de ginástica. Talvez por gostar da atividade física mas não ter o corpo esculpido como as estátuas gregas. (kkk) Uma academia de ginástica é mesmo um espetáculo de belezas 'da carne' e eu me recolho à minha insignificância. Mas, neste universo atlético, nada é tão impactante quanto o desempenho de um atleta, a excelência muscular específica de cada modalidade, numa olimpíada.
Penso mais ou menos a mesma coisa quando acompanho debates acadêmicos promovidas em universidades. Fico fascinado com tamanha eloquência, conhecimento, profundidade e conexões que novamente nutro sentimentos de reduzidíssima capacidade intelectual. Volto, de encontros como estes, bombardeado de tantas informações e penso: como o ser humano é capaz de elaborar tantas alternativas e pensamentos! Confesso que isso também me encanta.
Gosto de me exercitar, gosto de ler, gosto de inventar, gosto muito de desenhar mas nada para ser comparado a excelência que se encontra numa dessas academias. Meus exercícios estão muito mais próximos de quem gosta de fazer comida ou arrumar a casa - há quem goste - e sente prazer ao executar estas tarefas.

Estou adquirindo o gosto de pintar. Afirmo desta maneira direta para me convencer do que quero e, ao dizer, transformo minhas palavras em compromisso. Desculpe, cada pessoa é de um jeito e, para mim, e esse tipo de autodisciplina imposta, transforma-se em desfio interior. Este compartilhamento em forma de texto me ajuda a organizar pensamentos e sentimentos.
Exercitar o corpo é natural do ser humano. Não fomos feitos para ficar sentados numa cadeira o dia inteiro. Temos capacidade de andar e andamos muito, muito pouco. Podemos movimentar nosso corpo de várias formas e, por não fazer isso, 'enferrujamos'. Enferrujamos também nossa mente quando deixamos de lado a leitura, a reflexão, o conhecimento. E o que dizer de quem se diz apaixonado por desenho e não desenha? Você conhece alguém assim? Afinal, do que você gosta? Você é o que você faz! Se isto é verdade, o que você anda fazendo? Foi a pergunta que fiz diante do espelho quando estes pensamentos vieram, hoje cedo, como um turbilhão. Isso me ajudou a começar a organizar os exercícios de disciplina que comecei a fazer. Já são dez salmos reescritos e eu me surpreendo com isso. Uma semana inteira separando um tempinho para exercitar a aquarela e já estou excitado.
Que tal começar a definir o que você faz, independente de remuneração, para descobrir quem você é ou o que você ama. É preciso refletir sobre o que disse Jesus, o grande mestre:
'Seu coração sempre está no que é tesouro para você'.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Disciplina é coisa de artista

'Se você é artista, me mostre suas artes."
Foi o que ouvi do meu chefe na primeira semana de trabalho, depois que troquei o meu primeiro emprego em busca de realização financeira. Deixei para trás oito anos de JUERP, onde ilustrava cinco revistas trimestrais para estudos bíblicos, para receber financeiramente mais que o dobro fazendo past-up (diagramação manual de artes gráficas) na ELEÁ - editora de revistas médicas. Depois deste incômodo desafio e dúvida, reuni algumas revistas impressas, uns desenhos inacabados e levei para mostrar. O 'chefe' foi legal, me elogiou e deixou claro que não foi contratado para fazer 'desenhosinhos de igreja'. Continuei com a 'pose' de artista mas nunca esqueci as palavras do Claudio, meu chefe - "se você é artista, mostre suas artes" - que mais tarde, veio a ser um amigo-conselheiro, incentivador de minha formação.
Ouvi milhares de vezes - e isso não é força de expressão - que 'artista é assim mesmo...', sempre dando a ideia de que artista é despreocupado, irresponsável, desconectado do mundo que o cerca. Infelizmente, essa falsa ideia propaga uma mentira e reduz, em muito, nossa capacidade. Quem nunca ouviu ou falou 'esse cara tem muito talento", quando testemunha alguma expressão artística.
Depois de 'coroa', ainda apaixonado pela arte,mas consciente de que sabe pouco desse universo artístico, acho que posso afirmar, por experiência de caminhada, que DISCIPLINA É QUALIDADE DE ARTISTA.
É inegável que o artista é 'movidos pela paixão', mas não dá para ser artista sem ser artesão.
Como sustentar um discurso de amor pela arte, pelo desenho, pela música, pintura ou qualquer outro elemento do universo das artes sem comprometimento com a disciplina? Sem ela" não vamos até à esquina". Quem se propõe a tocar um instrumento, tem que tocar. Quem diz que gosta de desenhar tem que desenhar - sempre. E não há desculpas para quem realmente é apaixonado.
Não há um curso que eu tenha feito - duvido que você também não tenha experimentado isso - em que o professor não tenha deixado claro que é a tarefa, o fazer, a caminhada, o exercício que nos apresentará a excelência.
Isso não é um discurso. Isso é uma reflexão. Quando escrevo, organizo os pedaços soltos na 'caixola' e falo, primeiro para mim mesmo, até porque duvido muito que alguém se importe com minhas elucubrações.



Meu compromisso:
Um versículo dos Salmos - https://www.facebook.com/cafeebiblia/;
Um exercício em aquarela;
Um rabisco no sketchbook.