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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Semana de Artes Hans Rookmaaker 3 - Arquitetura

Já disse, em postagem anterior, que historicamente os protestantes dedicaram maior atenção à música e à literatura. Creio que fizemos isso por questões históricas e retóricas. Se a Reforma defendia o Sacerdócio universal dos crentes então, nada mais justo do que oferecer acesso à leitura e a expressão artística musical para todos? Interessante, na realidade intrigante para mim. Delicioso exercício esse de tentar 'montar um quebra-cabeças', observar onde as peças, as informações sobre a Reforma, ligadas à Teologia se ajustam às leituras, aos estudos sobre a História da Arte. Este tempo da Reforma era o período das imensas catedrais Góticas. A arte gótica foi um marco da inovação e foi chamada de opus modernum (trabalho moderno). O desenvolvimento, o domínio científico na arquitetura. A arte gótica foi um marco da inovação e foi chamada de opus modernum (trabalho moderno). É surpreendente como o desenvolvimento científico faz parceria com a arquitetura. Muita técnica e aguçada sensibilidade fizerem com que esses artistas do concreto conseguissem 'rasgar' as paredes colocando naqueles vãos imensos vitrais multicoloridos. As janelas servem de caleidoscópio refletindo os pedaços de vidros coloridos oferecendo luz e esperança aos que sentiram o peso do esmagamento, teologicamente o peso do pecado.  Há esperança! Há Luz! Há humanidade! Há graça!   Triste lembrar que em vários momentos, nesse período da história, ocorreram destruições em massa de monumentos e obras de arte medievais por conta da questão iconoclasta. O ser humano não vive sem arte. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo envolvido em tantos estímulos sensoriais continuo crendo que é impossível entrar numa catedral, como a do Rio, a de Brasília, a da Sé, em São Paulo, sem vivenciar um pouquinho que seja, desse sentimento de pequenez, de esmagamento. Um fragmento de consciência, um espaço de reverência e silêncio diante do monumental, do imponente, do majestoso. Entrar numa catedral é ser impelido a calar, a curvar-se, é um convite a olhar para dentro, é uma chamada à oração.

 Rosácea Notre Dame, por fora
Rosácea Notre Dame, por dentro

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