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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Produção independente para livros infantis

Este é um exemplo do processo da produção de um livro independente.
Uma. produção deste tipo exige um esforço financeiro grande do autor mas, se o livro for aceito pelo mercado, o retorno é muito, muito melhor.
Quando um livro é produzido por uma Editora ele passa por um longo processo de avaliação. Esta avaliação, de forma geral, diz respeito ao mercado, ao público alvo, ao retorno do investimento, ao custo-benefício deste novo 'produto'. Por isso, novos autores tem muita dificuldade para ter seu texto aprovado. No caso de aprovação, que pode durar até um ano, o autor, normalmente, não acompanha o processo e só vê o livro pronto, finalizado. Como prescreve a lei, o autor recebe cerca de 10% do 'custo de capa' da tiragem produzida, de forma parcelada.
Quando o autor decide fazer uma produção independente ele está fazendo o papel da Editora, ou seja, é ele quem está assumindo todos os custos. Justamente por isso, numa produção independente, tudo deve ser acordado minuciosamente antes do início do processo para não 'azedar' a relação.
Cada ilustrador tem seu próprio critério e alguns não aceitam, nem gostam de produzir livros assim.
No meu caso, de forma bem geral, sigo as seguintes etapas:
1. Recebo os originais do autor e conversamos sobre os sonhos, o público alvo, a tiragem, o número de páginas, o projeto de venda  e veiculação e tudo mais que envolve a obra. É fundamental, como em todo relacionamento, que haja empatia e confiança. Aqui se inicia um 'plano de voo".
2. Elaboro um orçamento dos custos de arte - meu trabalho - e pesquiso no mercado a referência de custo da produção gráfica do material. Esta referência pode modificar em função do tempo de produção e, consequentemente do tempo de entrega do material para ser impresso. O material pode levar de um a três meses para ser entregue dependendo do número de páginas.
3. Depois de aprovado os custos e prazos, desenvolvo uma 'boneca' (simulação à lápis de como será o livro respeitando inclusive o formato final). Este é o momento de mostrar o 'plano de voo' para que tenhamos segurança do caminho que já estamos percorrendo. Este é o momento de ajustes, do retoque, da discussão e avaliação do que foi planejado e da afinação com o que está sendo executado.
4. Hora do ajuste, do 'pente fino'. Emenda aqui, correção ali e uma ilustração colorizada para a visualização ainda mais refinada de como será o produto final.
5. Finalização e fechamento para gráfica. Ultima revisão do texto para não sair nenhum erro. Montagem de uma 'boneca', agora colorida e montada para servir de referência para gráfica. Entrega dos arquivos. São duas cópias, uma para produção na gráfica e outra para o arquivamento do autor.
Todos os originais pintados ficam com o ilustrador. Em alguns casos o autor solicita uma cópia das ilustrações para fazer quadros.





Modelo enviado para o autor de como ficará a ilustração de página dupla finalizada. Observe que toda estrutura da página foi definida na boneca à lápis. É a mesma imagem, agora finalizada. A dobra está bem no centro da imagem e a intenção, neste caso foi determinar, por meio do contraste cromático, dois sentimentos contrastantes num mesmo momento da história. Este é um exemplo do que chamo de ritmo do texto. Mas este é um papo para outra postagem.

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