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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

É pra sempre?

Já faz tempo (e põe tempo nisso) que o diagnóstico da esclerodermia me acompanha como um 'eco na caverna'. Parece que foi ontem que a médica, nada delicada, falou: "você não está doente, você é doente e tem que aceitar isso". Pareceu uma bomba. E você pensa que aceitei passivamente, que fiquei encolhido? É claro que não. Encarei a médica firme, ignorei sua repreensão e caí dentro de exercícios e tudo o que você pode imagina uma agenda que uma pessoa que deseja mostrar 'vida saudável' faz.
Não passou muito tempo, bem pouco mesmo, e lá estava eu novamente na cama, quietinho ouvindo 'você não está doente, você é doente". Pois é. Um pouco mais tarde aprendi que esse comportamento faz parte de um ciclo natural:


Hoje convivo com a enfermidade pensando que 'cada um tem seu espinho na carne'. Se, como dizia Freud "de perto ninguém é normal', estamos todos na mesma 'barca'. Já (?) consigo olhar a ferida e encontrar nela sentido. Sentido-direção para vida. Esse senso de fragilidade, de 'imunidade reduzida' me faz valorizar e priorizar a vida. Tenho descoberto que nada é perene. É preciso dar valor à caminhada. É claro que para caminhar é preciso ter objetivo. Meta, objetivo são, para mim, sempre conceitos sinônimos à horizonte.
O horizonte é inatingível. Ele está lá marcando o limite e à medida que você se aproxima dele, ele segue adiante e está um pouco mais à frente. Sábias palavras do poeta "a vida vem em ondas, como o mar, num indo e vindo infinito... não adianta fugir nem mentir pra si mesmo..."
Que seja bendito o Senhor que deu capacidade ao cientista de descobrir alternativas medicamentosas. E que seja bendita a médica sensível e habilidosíssima - Dr Célia Barrientos Serra - que fez e faz o acompanhamento do meu caso. Bendita cortizona, alupurinol, lozartana, sinvastatina, micofenolato de mofetina...




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