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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quadro - Cavalos do Apocalipse



Estive um tempo muito longo trabalhando sozinho. Minha esposa estava estudando muito para concurso, meu filho mergulhado nos initerruptos treinos e eu com trabalho cobrindo a mesa. Perfeito. Trabalho, tempo, desenho, trabalho, tempo, desenho. Eram mais de 12 horas no escritório sozinho. Eram as minhas músicas, as palestras gravadas em CD, minhas frutas, meu espaço. Algumas vezes me sentia muito bem acompanhado comigo mesmo, outras tantas, queria sair de perto de mim e, claro, não conseguia. E eu sozinho é = ninguém. Gente sente falta de gente. Daí, perdido em meus pensamentos, me senti desafiado a experimentar a famosíssima tinta óleo. Eram tantas perguntas do tipo: você também pinta quadros? Tem algum para vender? Pintura mesmo é feita a óleo, não é? "Bem feito para mim", discutia eu com meu 'Grilo Falante'. Gastei tanto tempo experimentando materiais alternativos que acabei deixando de lado as técnicas clássicas da pintura. Tomei vergonha e coragem, comprei um punhado de tinta, algumas telas, me cerquei daqueles livros do período da faculdade e andei dando algumas 'cabeçadas'.
E, não é que percebi que esse negócio é bom mesmo?
Para compartilhar o que estava aprendendo, separei duas manhãs da semana com a intenção de 'sair da toca' e trocar experiências com alguns colegas (a maioria da 3a idade), sobre essas técnicas de pintura à óleo. Essa experiência foi pra mim pra lá de terapêutica. Preparar o quadro (ouvir), 'queimar' o fundo (falar), misturar as cores na paleta como um alquimista (ouvir e falar), ir compondo a figura sem se utilizar da linha (falar e ouvir)... tudo muito cadenciado, tudo bem refletido. Cada veladura, cada manhã investigando a cor ideal, o comportamento de uma tonalidade em relação ao todo do quadro...'Porque pintura é diferente de ilustração'. Êta coisa boa...
Taí. Agora você pode ver uns dos poucos quadros que pintei nesse período. Os quatro cavalos registrados no livro do Apocalipse de João (cap. 6).
Pretendo, se minha disciplina permitir - não tenho coragem de transferir essa decisão para Deus, retornar à pintura, para ver se consigo expelir os 'anjos e demônios' que povoam minha mente.

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