Meus olhos marejaram mais uma vez.
No final da aula recebi um presente.
Receber presente sem motivo, sem esperar é impactante, desconsertante.
Não fui criança de receber presente. Não estou acostumado nem preparado.
Nunca acreditei em Papai noel porque, segundo a lenda, o 'bom velhinho' só presenteia criança boa. Sempre me achei 'criança boa'. Alguns amigos ganhavam presentes por terem 'passado de ano'. Fui ensinado de outra forma. Passar de ano, ser aprovado na escola era obrigação. Era o mínimo a ser feito e como gratidão (mesmo incompreendida) pela oportunidade de aprender. Coisa de pobre. Desculpa utilizada por não ter recursos, repetida tantas vezes que era melhor, mesmo se enganando, fingir que era muito lógico e coerente.
Receber presente continua sendo desconsertante.
Abri a embalagem linda e... meu Deus o que é isso?
Dois estojos de pastel. Um de pastel oleoso e outro de pastel seco. Além disso, várias canetas próprias para quadro branco (objeto muito utilizado em meus recursos didáticos).
Fiquei branco (isso é realmente incrível). Assombrado, pasmo, espantado, surpreso. Calei. Deu aquela vontade de dar um abraço, um pulo, sei lá... fazer alguma coisa, mas congelei.
O que ela disse? Nada. Respirei fundo olhei novamente e ouvi: Lembrei de você.
Cheguei em casa fui logo contando o que aconteceu, reagi como uma criança (foi o que minha esposa falou).
Porque fiquei assim?
Imaginei o momento em que a pessoa pensou em mim. Eu tão longe, eu tão perto. Olhou e pensou. Pensou e pegou. Pegou e viajou fazendo conexão entre eu e o estojo, na realidade dois, de pastel colorido. Enfrentou os sentimentos egoístas e preconceituosos que todos temos. Encarou os riscos da reação adversa e de tantos medos que povoam nossa mente quando o outro é o foco.
Só lembrei da música do Gilberto Gil. Não aconteceu nada. Nada de extraordinário nem no céu, nem no calendário, 'só chamei porque te amo, lá bem fundo do meu coração".
Meu Deus isso é Graça! Favor que não mereço. Não mereço mas reconheço e desfruto com gratidão.
No final da aula recebi um presente.
Receber presente sem motivo, sem esperar é impactante, desconsertante.
Não fui criança de receber presente. Não estou acostumado nem preparado.
Nunca acreditei em Papai noel porque, segundo a lenda, o 'bom velhinho' só presenteia criança boa. Sempre me achei 'criança boa'. Alguns amigos ganhavam presentes por terem 'passado de ano'. Fui ensinado de outra forma. Passar de ano, ser aprovado na escola era obrigação. Era o mínimo a ser feito e como gratidão (mesmo incompreendida) pela oportunidade de aprender. Coisa de pobre. Desculpa utilizada por não ter recursos, repetida tantas vezes que era melhor, mesmo se enganando, fingir que era muito lógico e coerente.
Receber presente continua sendo desconsertante.
Abri a embalagem linda e... meu Deus o que é isso?
Dois estojos de pastel. Um de pastel oleoso e outro de pastel seco. Além disso, várias canetas próprias para quadro branco (objeto muito utilizado em meus recursos didáticos).
Fiquei branco (isso é realmente incrível). Assombrado, pasmo, espantado, surpreso. Calei. Deu aquela vontade de dar um abraço, um pulo, sei lá... fazer alguma coisa, mas congelei.
O que ela disse? Nada. Respirei fundo olhei novamente e ouvi: Lembrei de você.
Cheguei em casa fui logo contando o que aconteceu, reagi como uma criança (foi o que minha esposa falou).
Porque fiquei assim?
Imaginei o momento em que a pessoa pensou em mim. Eu tão longe, eu tão perto. Olhou e pensou. Pensou e pegou. Pegou e viajou fazendo conexão entre eu e o estojo, na realidade dois, de pastel colorido. Enfrentou os sentimentos egoístas e preconceituosos que todos temos. Encarou os riscos da reação adversa e de tantos medos que povoam nossa mente quando o outro é o foco.
Só lembrei da música do Gilberto Gil. Não aconteceu nada. Nada de extraordinário nem no céu, nem no calendário, 'só chamei porque te amo, lá bem fundo do meu coração".
Meu Deus isso é Graça! Favor que não mereço. Não mereço mas reconheço e desfruto com gratidão.