O coração do artista (parte 1)
Palestra para Semana de artes Hans Rookmaaker da
Primeira Igreja Batista Jardim Novo Realengo, RJ
Vamos
pensar juntos nesse tema muito sugestivo e catalisador de ideias. Coração de
artista. Vamos definir os termos. Um por vez.
Coração
pode ser, sob o ponto de vista anatômico o órgão do corpo humano que bombeia o
sangue, que pulsa vida. De maneira figurada ele pode estar ligado ao caráter, como costumamos falar: ‘fulano
tem um coração inflexível nesses assuntos’ ou, sendo bem bíblico, como registra
mais de uma vez o profeta Ezequiel: ‘'Darei a eles um coração não dividido e porei um novo
espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. (Ez 11.19 e em 36.26).
É claro que você sabe
que a caráter é tudo que define, que qualifica distintivamente, é a marca é a
dignidade. É o que você faz quando ninguém está vendo, é o que está aí dentro
de você e diz que você é você.
Coração
também pode estar ligado à memória. Dizemos ‘guardou mágoa no coração’. Nas
Escrituras também está ligado, algumas vezes, à memória. O poeta diz “Escondi a tua Palavra no meu coração para eu
não pecar contra ti’(Sl 119.11) e até a Lei registra: “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.
Ensine-as a teus filhos” (Dt 6:6).
A
característica mais ligada ao coração é a afeição
ou sentimento. Criamos gestos, movimentos que denunciam o formato e a
atividade cardíaca. É como diz o
poeta bíblico: ‘A alegria do coração transparece no rosto, mas o coração angustiado
oprime o espírito.(Pv 15:13)
Finalmente
temos o coração como um indicativo geográfico, a parte central de algum espaço definido. UM exemplo claro disso é
quando dizemos, minha igreja fica no coração do bairro. Biblicamente falando
podemos citar uma das recomendações do sábio: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende
toda a sua vida’. (Pv 4.23).
Coração
como um todo pode estar denunciando o caráter, índole ou conjunto das
faculdades emocionais.
Muito interessante, curioso mesmo é nos identificarmos com
essas atribuições que apresentei sobre o coração. Mas, imagino que você saiba
que cientificamente o coração não é nada disso. Ele é um órgão, um músculo
cheio de ligações nervosas que faz parte do sistema de circulação sanguínea.
Interessante não é? Comecei falando que estas características são fruto de
nossa capacidade de abstração. Figurativa, metafórica, poética e todos
entendemos porque nos identificamos com essa ideia. Não é falta de ciência é
outro tipo de ciência. Basta olhar nos dicionários e todos eles vão apresentar
diversas perspectivas da palavra coração. Webster, por exemplo, diz que ele é a
sede das emoções, da personalidade, do lado moral da natureza do homem. Até mesmo um filósofo do
começo da Idade Moderna, chamado Blaise Pascal, afirmou o que virou dito
popular: O coração tem razões que a própria razão desconfia. Por que estou
dizendo isso? Porque entendo que é importante identificar que esta crise antiga
entre fé e razão, entre intuição e lógica sempre esteve e está presente no ser
humano. As Escrituras já denunciavam isso. Tenho certeza que você já ouviu
parte desse versículo: ‘Ele fez tudo apropriado
a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo
assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.’(Ec 3:11).
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