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segunda-feira, 18 de março de 2013

Influência e busca de si


Encontrei esse original de 1989. Impressionante a influência do grande Rui de Oliveira nesta ilustração que fiz. Estava estudando o trabalho dele e tentando entender (veja que não é de hoje) como um artista, mesmo sem assinar, deixa sua marca no trabalho.
Tive a honra de manter um breve contato com o Rui de Oliveira numa premiação da Prefeitura. Dois anos antes, tempo que prestei vestibular e visitei o campus da UFRJ ele era professor de arte naquela instituição e diretor de arte da TVE. Lembro muito bem do que ele falou: "vai ser difícil você conciliar essa sua crença com a sua arte". Confesso que não me lembro se compartilhei alguma coisa relacionado à minha fé, ou foi algum amigo que falou com ele. Minha querida esposa estava perto e achou deselegante a forma como ele se dirigiu a mim. Eu, ao contrário, sempre gostei dessa forma direta, franca e acumulada de vivência. Até hoje reflito no que o Rui falou. Acho que ele estava certo,pelo menos em parte. É mesmo difícil. Não acho que é difícil conciliar arte e fé. Difícil  mesmo é colocar o que está dentro da gente em forma de arte. Creio que quando essa maturidade artística ocorrer, fatalmente a arte vai expressar, de suas múltiplas formas, o que cremos. Não há nenhuma confissão de fé nos comedores de batatas de Van Gogh. Mas o grande artista não precisou de nenhuma palavra, mas o grito de sua fé está ali.
Tenho buscado isso e percebido duas coisas básicas. Primeiro que é imprescindível ser integro, verdadeiro e corajoso e, em segundo lugar isso não tem nenhuma relação com o tempo cronos.

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