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segunda-feira, 4 de março de 2013

Caricatura ou desenho estilizado

Tenho tentado definir os termos para evitar maiores desgastes com os clientes. Acho que faço isso porque não sou do tipo de esbravejar e brigar com os clientes. Enxergo um ser humano por trás de um pedido e, em alguns casos, me envolvo com a necessidade dele. Esse tipo de atitude mais emocional não combina, em nada, com a pragmática profissional. Aí normalmente, pago o pato. Muitas vezes tentando dominar meus demônios interiores 'engulo meus sapos'. Incrível perceber, durante o barbear de meu rosto pigmentado de tantos cabelos brancos, que isso não tem nenhuma relação com a idade. Um conhecido meu, irmão da igreja em que congrego, pediu para eu fazer uma caricatura de sua amada. O senhor, cheio de sensibilidade contou e destilou, como diz Raimundo Fagner "borbulhas de amor" de sua relação conjugal e seu profundo desejo de agradar o ser amado. "Vi a caricatura que o irmão fez do pastor. O irmão vai me ajudar a agradar minha querida. Faz uma caricatura dela para mim?" Pulei de susto. Perguntei que a caricatura da mulher amada era para ele ou ele faria do desenho uma agrado para ela. "Vou dar um presente especial" - ele justificou. Tentei ser simpático, achei um grande risco fazer uma caricatura sem explicar. Passei para ele o texto que publiquei : Cuidado é uma caricatura!
Tenho impressão de que o cara não leu nada. Expliquei verbalmente o que escrevi e disse que se ele insistisse correria o risco do 'tiro sair pela culatra' e arrumar um embaraço com a paixão que estava tentando reaquecer. Não adiantou. Acho que a gente vai ficando mais velho e também mais 'surdo' para algumas verdades.
Acabei aceitando a encomenda. E agora? Tentei encontrar um caminho alternativo. Transformei a foto referência (bem ruim) em desenho à traço, simplificando as formas. Procurei suavizar um pouco as linhas de tempo marcadas naquele rosto (um dia vou estudar esses registros que o tempo vai fazendo em nós). É muito esquisito e arriscado buscar um caminho alternativo, um caminho mais gráfico para quem não tem contato com esse mundo digital. De qualquer forma cumpri a tarefa e até gostei do resultado.
Agora fico aqui refletindo se esse foi mesmo o melhor caminho. Já ouvi a tanto tempo, sei que para alguns é tão fácil (Freu explica), mas ainda estou processando esse processo de dizer não.

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