Arrumando um pouco da bagunça aqui no estúdio durante o período de Carnaval achei essa reprodução feita em 1997. Faz muito tempo não é? Sei que já postei esta imagem mas agora resolvi compartilhar um pouco da história dessas artes - algumas postadas neste blog.
Eu trabalhava como diretor de arte, cuidava da administração do setor, relatórios, prazos e reuniões. A grande parte do expediente ficava por conta de questões administrativas.
Eu vivia estressado mas, sem dúvidas, foi uma período muito educativo e próspero.
Para socorrer minha alma angustiada eu usava o tempo de almoço para dormir - dormia mesmo ainda que fosse por quarenta minutos - e em alguns momentos rabiscava, pintava e desenhava livremente.
Numa das andanças pelo parque gráfico, acompanhando uma das peças gráficas, fiquei maravilhado com a textura do papel Kraft que vinha protegendo a bobina da rotativa. Peguei meu conta-fios cumpri minha tarefa. Conferi o trabalho comparando com a prova de prelo (êta tempo bom...). Quando chamei o impressor de lado o impressor, que era um senhor, ficou pálido. Imagino que ele pensou que eu faria alguma correção ou crítica à qualidade do trabalho. Nem toquei no assunto. Tentei ser simpático. Elogiei a camisa do flamengo que ele usava por baixo do avental grosso que servia de uniforme para aquele forno que era o parque gráfico. Perguntei o que eles costumavam fazer com aquelas folhas que protegiam a bobina. O profissional arregalou os olhos e disse: o senhor quer uma folha dessas? Esse papel de embrulho normalmente vai para o descarte e é vendido junto com as aparas.
Fiz o pedido e recebi algumas dessas imensas folhas circulares (110cm de diâmetro). Fiz, sem corte, sem risco prévio, esse desenho com pastel oleoso.
Mais tarde meu chefe, super competente, apaixonado por relatórios e controlador rigoroso dos horários, viu minhas mãos imundas com a esfregação que impunha ao pastel, comentou com um dos amigos gerentes: "esses caras metidos a artista são mesmo malucos!" Acatei como elogio. Logo em seguida destilou o veneno: "...vai perder uns vinte minutos limpando essa nojeira".
O melhor da história é que o editor de um dos periódicos viu o desenho e produziu um texto baseado nessa ilustração.
Eu trabalhava como diretor de arte, cuidava da administração do setor, relatórios, prazos e reuniões. A grande parte do expediente ficava por conta de questões administrativas.
Eu vivia estressado mas, sem dúvidas, foi uma período muito educativo e próspero.
Para socorrer minha alma angustiada eu usava o tempo de almoço para dormir - dormia mesmo ainda que fosse por quarenta minutos - e em alguns momentos rabiscava, pintava e desenhava livremente.
Numa das andanças pelo parque gráfico, acompanhando uma das peças gráficas, fiquei maravilhado com a textura do papel Kraft que vinha protegendo a bobina da rotativa. Peguei meu conta-fios cumpri minha tarefa. Conferi o trabalho comparando com a prova de prelo (êta tempo bom...). Quando chamei o impressor de lado o impressor, que era um senhor, ficou pálido. Imagino que ele pensou que eu faria alguma correção ou crítica à qualidade do trabalho. Nem toquei no assunto. Tentei ser simpático. Elogiei a camisa do flamengo que ele usava por baixo do avental grosso que servia de uniforme para aquele forno que era o parque gráfico. Perguntei o que eles costumavam fazer com aquelas folhas que protegiam a bobina. O profissional arregalou os olhos e disse: o senhor quer uma folha dessas? Esse papel de embrulho normalmente vai para o descarte e é vendido junto com as aparas.
Fiz o pedido e recebi algumas dessas imensas folhas circulares (110cm de diâmetro). Fiz, sem corte, sem risco prévio, esse desenho com pastel oleoso.
Mais tarde meu chefe, super competente, apaixonado por relatórios e controlador rigoroso dos horários, viu minhas mãos imundas com a esfregação que impunha ao pastel, comentou com um dos amigos gerentes: "esses caras metidos a artista são mesmo malucos!" Acatei como elogio. Logo em seguida destilou o veneno: "...vai perder uns vinte minutos limpando essa nojeira".
O melhor da história é que o editor de um dos periódicos viu o desenho e produziu um texto baseado nessa ilustração.