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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Design bendito

Desenvolvemos, como num desafio, num prazo limitadíssimo,a identidade visual do evento promovido pela Igreja Batista do Méier - JANELAS DO NATAL. 
Creio que uma ideia sensacional é tão simples que a gente se pergunta:
 porque não pensaram nisso antes?
É sensacional a ideia de aproveitar as janelas do prédio que é da igreja e compartilhar com todo povo a verdadeira história do Natal.
Profissionalmente falando, esse é um daqueles trabalhos que a gente faz com tanto prazer que até se pergunta: eu ainda ganho dinheiro com isso?


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Rainha de Sabá

Este desenho serviu de ilustração para revista Vida Cristã. A matéria fala da importância e da longa viagem que a rainha de Sabá fez para conhecer o grande rei Salomão. Como se trata de uma revista feminina resolvi dar dignidade a mulher negra, resgatando como diante de um espelho, algumas das leitoras da revista. Confesso que a proximidade com o dia da consciência negra também influenciou este escolha.

Pr. Purin e Jeanni


Pr. Purin e sua esposa Jeanni, foram convidados pelo pastor de nossa igreja para serem os palestrantes do Retiro de Casais em que eu e minha esposa participamos da equipe de coordenadores. Eles nos encantaram. Não participaram apenas como palestrantes convidados mas cativaram a todos com o envolvimento em cada atividade. Sabem aqueles momentos que a gente não tem como agradecer? Dizer 'obrigado' é muito menos do que o que sentimos. Pois é, estava organizando as tralhas que sempre sobram de quem organiza um evento desses e pensei: como homenagear essa gente boa? Com muito medo de desagradar, numa dessas noites de reflexão fiz o desenho. Pela manhã mostrei a minha esposa e meu filho e eles gostaram. Cheio de dedos perguntei: não está ofensivo, nem coisa do tipo? Eles aprovaram e minha esposa já mergulhada no meu mundo dos conceitos artísticos disse: amor, é só um  desenho. Parece traço de seus personagens infantis. Pronto. Ela disse as palavras mágicas e eu registro aqui minha gratidão. Não deveria dizer isso mas, meu desejo foi o de fazer o desenho de cada casal participante. Não se iluda, há um abismo entre o desejo e a realidade dos ponteiros de um relógio.

Sobrinhos queridos - Thaissa e Caio


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Tia Jô

Alguns lugares marcam por sua beleza histórica e também pelo registro de sentimentos que tocam nossa alma. O Largo do Curvelo é um desses lugares. Em Santa Teresa, não por acaso, pertinho da Glória, no Rio de Janeiro. Lá pertinho da casa da Tia Jô. 
Tenho o prazer de ter Tia Jô por perto. Poucas vezes de forma física, é verdade, mas sempre perto.
Basta olhar a programação cultural da cidade, uma nova exposição, um debate filosófico, dá está a presença da tia Jô. Aí quando vejo lugares como esse dá uma saudade dela...
Porque desperdiçamos tanto tempo com os afazeres de cada dia e protelamos a convivência de quem amamos?
 Ele exala beleza, cultura, sensibilidade e uma jovialidade estudantil de dar ânimo a qualquer um. Sua gargalhada solta e simpatia me encantam.
Ela é 'arretada' e firme como uma legítima nordestina e, ao mesmo tempo, tem um 'quê' de "glamour' e 'étiquette" de uma dama francesa. Mulheres, a meu ver, são assim: mistérios a serem desvendados.

Cuidado! É uma caricatura.



A caricatura é um exagero.  Ela usa a distorção, se posso usar uma figura, ela é a hipérbole visual.
A palavra vem de caricare, ou seja carregar, aumentar, destacar. 
Por isso é sempre arriscado pedir para fazer uma caricatura.
Não poucas vezes passo 'apertos' por causa de caricaturas.
Faço, algumas vezes, desenhos durante o culto, festas, encontros, aulas no meu sketchbook.
Quando faço uma caricatura é porque, de alguma forma, essa pessoa me tocou.

Já faz algum tempo 'inventei' de fazer a caricatura de cada um dos meus alunos.
Foi a partir dessa experiência que comecei a compreender melhor algumas dimensões dessa arte ligada ao humor. Todos gostamos de rir, e nos divertirmos com a 'desgraça' alheia. Difícil mesmo é encontrar encontrar a capacidade de rir diante do espelho...

Pior é quando todos identificam o personagem, riem e se divertem enquanto o caricaturado se aproxima e imediatamente fica com aquele olhar vermelho de ódio? Tá de brincadeira? Esse sou eu? Aí, o que fazer?
A grande realidade é que uma caricatura pode ofender, pode afastar as pessoas.

Sofro com isso. Um amigo de seminário pediu que eu fizesse uma caricatura (era uma das formas para eu pagar minha mensalidade). Tempos depois nos encontramos e ele foi logo dizendo: "minha esposa está com vontade de te matar!"
Outro episódio doloroso foi perceber que um de meus alunos 'sumiu' das aulas porque ficou com raiva de mim. Pedi desculpas. O 'cara' era tão crente que só voltou a falar direito comigo quando disse que enquanto a gente desenha fica pensando na pessoa e que eu havia separado aquele tempo para orar pelos alunos.
Não era uma desculpa, era a mais pura verdade. Eu queria, de alguma forma, me envolver um pouco mais com eles.
A última dor foi quando meus traços magoaram minha querida sobrinha a quem eu amo tanto.
Quem faz uma caricatura exagera. E eu nem me dei conta de que o exagero foi justamente naquele ponto mais frágil da história dela.
Essa foi muito pesada. Enquanto a dor não passava separei algumas caricaturas que as crianças me dão de presente - um dia publicarei isso. Além disso, dois grandes amigos artistas me presentearam este ano destacando minhas mazelas gráficas. Eu adorei as duas formas, completamente diferentes que me registraram.
Os dois experientes artistas, se desculparam, se justificaram como sendo uma homenagem (e eu vi assim mesmo) antes de mostrarem o belo trabalho.
Muito obrigado Claudio Moura e muito obrigado Celso Mathias!!!
Mas, querido leitor, cuidado. Pense bem, pense uma, duas, dez vezes antes de contratar uma caricatura.

"A caricatura é o espelho que engrossa as feições e torna os objetos mais salientes"
Eça de Queiroz

Conclusão do curso de aquarela

Não escondo a admiração e o respeito para gente que vive da arte e arte cheia de qualidade e sentimento. Este ano deixei a 'vergonha' por estar velho na gaveta e voltei à sala de aula. Fiz diversos cursos ligados a arte e também a pintura. Logo que vi o trabalho do Celso Mathias em acrílica fiquei admirado com sua precisão de cor e a forte expressividade de suas composições. E o que falar da luz e sombra que ele consegue expressar em sua arte? Fui para o curso e encontrei um ambiente acolhedor e uma turma muito talentosa e dedicada. A gente pintava, conversava e seguia cada observação feita pelo mestre Celso.
Gostei tanto do curso que fiz o de extensão em pele negra. É claro que me encantei por motivos muito particulares com a minha coloração epidérmica. Logo que terminamos o curso de acrílica fui desafiado a me reaproximar da aquarela mais profissionalmente.
Já fazia alguns ensaios com 'gotas de cor' mas, sem dúvida, foi um upgrade e dos bons.

Pintamos este Capitão América durante o curso aprendendo as técnicas o desenvolvimento de texturas e fomos descortinando o universo que esta muito além de uma reprodução acompanhada do personagem dos quadrinhos. No final do período de aulas selecionei um exercício para fazer, de forma mais livre tendo a presença do mestre observando e comentando o que estava sendo feito. Daí surgiu esse cavalo. Não tenho dúvidas que me apaixonei pela aquarela.
"...e o futuro é uma astronave que tentamos pilotar. 
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar. 
Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar" 
Aquarela - Vinícius e Toquinho