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sexta-feira, 26 de março de 2010

Prometeu acorrentado




Prometeu é o patrono das artes, e sua história denuncia a agonia de cada ser humano. Hesíodo registra que foi dado aos dois irmãos Epimeteu e Prometeu a tarefa de criar todos os animais.
Epimeteu atribuiu a cada animal os dons variados de coragem, força, rapidez, sagacidade. Asas a um, garras a outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Porém, quando chegou a vez do homem, formou-o do barro. Até aqui, Prometeu não havia entrado na história e, não me pergunte o que ele estava fazendo enquanto o irmão trabalhava tanto. Epimeteu então, pediu ajuda a Prometeu, que assumiu a tarefa de capacitar o 'bicho homem' de dons especiais. E não é que o Prometeu resolveu roubar o fogo dos deuses e o entregar aos homens? Essa "maravilhosa idéia" assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais e o aproximou das habilidades encontradas apenas nos deuses. Não podemos esquecer que 'roubar é feio' e que o fogo era uma dádiva divina. Assim, para castigá-lo, Zeus, o "maioral" do Olimpo, ordenou a Hefesto que acorrentasse Prometeu no cume do monte Cáucaso. Lá, todos os dias, uma águia (alguns retrataram um corvo) dilacerava seu fígado que, diariamente, regenerava-se.
Prometeu foi libertado do seu sofrimento por Hércules que, havendo concluído os seus Doze Trabalhos, dedicou-se a aventuras. No lugar de Prometeu, o centauro Quíron deixou-se acorrentar no Cáucaso, pois a substituição de Prometeu era uma exigência para assegurar a sua libertação.
Sem dúvida, é muito próxima a relação entre as artes e o grande Titã. O fogo roubado, o fígado (por muito tempo, considerado a fonte dos sentimentos)que é dilacerado e regenerado a cada dia e, a libertação substituitiva.
Estaríamos nós no Cáucaso?
Foi numa dessas noites de reflexão que voltei à caneta Bic e rabisquei o agoniado Titã.

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